[OPINIÃO] Frankenstein, de Mary Shelley

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Sinopse: Frankenstein conta a história de Victor Frankenstein, um jovem estudante, que a partir de corpos de seres humanos que obtinha em cemitérios e hospitais consegue dar vida a um monstro que se revolta contra a sua triste condição e persegue o seu criador até à morte.
Frankenstein foi adaptado inúmeras vezes ao cinema, mas a mais memorável imagem do monstro foi encarnada pelo actor Boris Karloff, em 1931, fazendo ainda hoje parte da cultura popular.

Opinião: Este livro foi o primeiro clássico da literatura inglesa que eu li em português, e devo confessar que foi uma experiência extremamente estranha.
Em primeiro lugar, decidi ler este livro para o Desafio de Leitura 2015 a que me propus no início do ano (e do qual já falei alguma vezes) sob a categoria de um livro escrito por alguém com menos de 30 anos - e para todos vocês que possam não saber, a Mary Shelley escreveu esta história quando tinha apenas 18 anos e enquanto viajava pela Europa com o seu marido Percy Shelley. E aproveitei logo pois este livro foi uma das minhas compras na Feira do Livro de Lisboa 2014.
Em segundo lugar, decidi ler este livro porque sempre tive uma enorme fascinação com histórias de monstros, e esta é uma famossíssima história de monstro, portanto eu estava cheia de curiosidade para começar!
Frankenstein conta a história de Victor Frankenstein, um jovem e dedicado estudante de ciência que, completamente frenético e obcecado por ciência, que decide um dia começar a fazer experiências. É durante uma dessas experiências inortodoxas que ele cria uma grotesca e deformada criatura. Victor despreza a sua criação desde o primeiro momento em que lhe dá vida e depressa se arrepende do que fizera e do quão longe tinha ido ao tentar "ser Deus".
Esta criação é descrita como uma criatura gigantesca, grotesca, deformada, são utilizados termos perojativos como "monstro"; é transmitida uma ideia muito negativa sobre esta personagem. Esta criatura tem de se esconder do mundo, um mundo que é incapaz de o aceitar como é, e assim vive, escondida. É durantes esses seus dias em que vive escondido que começa a aprender a falar, apenas pelo poder da observação, pelo que vê e ouve. Isto é algo que acho ABSOLUTAMENTE fascinante pois assim que o monstro de Frankenstein começa a aprender a falar e tem várias abordagens à linguagem e à língua, ele começa a articular cada vez melhor os seus pensamentos e ao fazê-lo, consegue desenvolver uma consciência.
Quanto ao seu criador, Victor, envergonhado e com remorsos pelo que tinha feito, persegue a sua criação com o intuito de matá-la.
E no final da história o que é mais interessante é assistir a esta dicotomia tão evidente e perceber quem, afinal, é o Homem e quem é o Monstro.

Em muitos aspectos esta história lembrou-me o clássico filme da Disney, O Corcunda de Notre Dame (que é um dos meus filmes preferidos). Decerto perceberão o que quero dizer e onde quero chegar ao aproximar estas duas histórias, pois são muito semelhantes.

Em suma, este é um clássico que, sem dúvida alguma, recomendo a toda a gente mas devo admitir que esta foi a primeira e a última vez que li um clássico da literatura inglesa em português - tive a oportunidade de ler apenas algumas passagens na língua original e sinto que grande parte da magia desta história foi perdida na tradução. Acredito e sei que é muito difícil fazer uma tradução, e mais difícil que essa tradução seja fiel ao original, mas não gostei da mesma em muitas ocasiões, pois senti que dificultou a minha motivação para continuar a leitura.
Para terminar, deixo-vos com uma fotografia da minha autoria com a minha citação preferida deste livro; na fotografia a citação está em português, e na legenda está o original.


"Alas! Victor, when falsehood can look so like the truth, who can assure themselves of certain happiness?"

Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 240
Editor: BIS (Livro de Bolso)
ISBN: 9789896530198



Classificação: 5/5 estrelas






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Pat Silva. Com tecnologia do Blogger.